sábado, 26 de julho de 2014

O SULturas - pasquim regional de incontinência mental, passa à versão virtual pelos evidentes motivos pindéricos do mundo actual

Há dez anos era esta a nossa declaração de princípios, mantém-se e resiste, férrea e granítica.

DECLARAÇÃO DE PRINCÍPIOS
O SULturas existe para providenciar uma certa higiene mental aos seus leitores. Há que evacuar com método a treta que nos dão a comer por todos os lados. O nosso editor tem, no entanto, outras formas de exercitar a sua higiene mental além da feitura do pasquim. Ler, sonhar, pensar, beber vinho tinto, ouvir música a sério, dar quecas sinfónicas ou incomodar gente que não presta, são tudo formas de obter uma decente higiene mental. A higiene mental é uma coisa muito importante. Quando não há higiene mental pode-se ficar como a maioria dos seres. A maioria dos seres existe para dar cabo do gozo das coitadas das minorias e de outros seres ainda mais solitários. O nosso editor, por seu lado, está-se cagando para isso tudo.
O SULturas é um bem comum e como tal não custa dinheiro aos leitores. Os leitores apenas têm de olhar para as páginas dos patrocinadores para que estes fiquem felizes. Os patrocinadores quando ficam felizes, patrocinam. Os patrocínios são muito bem-vindos e a nossa conta bancária agradece também. O dinheiro faz milagres. A saída para a rua de mais um pasquim é um milagre renovado. O nosso editor, por seu lado, está-se cagando para isso tudo.
O SULturas não gosta de vasculhar a vida dos outros. A vida dos outros é uma coisa sem interesse, excepto, eventualmente, para esses mesmos outros. Para vasculhar a vida dos outros já existem muitas merdas de publicações. Se os outros não existissem, não me divertia tanto, nem fazia este pasquim. Há, portanto, utilidade para os outros. Digamos que os outros são a manteiga para o pão da nossa existência, embora eu não me canse de pedir paté, sem nunca o obter. O nosso editor, por seu lado, está-se cagando para isso tudo.
O SULturas preocupa-se com o andar caquéctico do Mundo de hoje. O Mundo de hoje continua a ser uma colossal merda antiga cheia de modernices. As modernices são coisas geralmente comercializáveis. As coisas comercializáveis são quase todas de grande inutilidade e de mau gosto. O mau gosto é uma constante em todas as manadas de seres humanos. Experimentem estar lúcidos e vejam as quantidades de porras que nunca comprariam se fossem sempre lúcidos. A lucidez serve apenas para descascar a realidade. É claro que a realidade também é uma grande trampa e ainda por cima é subjectiva. Ser parvo perante a realidade, sempre foi mais divertido. Ser divertido em língua inglesa é ser gay. Ser gay é uma paneleirice duma modernice. O nosso editor, por seu lado, está-se cagando para isso tudo.
O SULturas é uma forma de evitar que o nosso editor se interne permanentemente num hospício. Num hospício há tranquilidade com ausência de conversas de merda e há enfermeiras à ganância, em contrapartida não há adega nem bar. O nosso editor pensa que seria de grande salvaguarda de talento humano, a criação de um mega-hospício em zona ampla e de imensos recursos, rodeado de um campo minado para afastar parentes e outros entes, e onde conviveriam em plena luxúria todos os seres que sabem pensar e que concluíram que pensar, sendo um exercício tão inútil como tudo o resto, apenas deve ser executado por uma questão de gozo. Na impossibilidade actual de tal projecto se concretizar, é claro que o nosso editor só poderia estar-se cagando para isso tudo.

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