domingo, 27 de julho de 2014


SULturas II

Pasquim regional de incontinência mental

(renascido e ainda com periodicidade imprevista)

Este pasquim foi escrito ao abrigo da insurreição contra a paspalhice dos criadores da cacaborrada do acordo ortográfico.

EDITORIAL

Há uma forte componente intelectualmente masturbatória no acto de ler. E isso implicará sempre manusear e manejar o objecto lido. Confesso que nos dias de hoje recorro à informação disponível à borla na net para saber as voltas que o mundo dá, quando até me disponho a pensar no mundo – essa coisa estranha e distante e gigante, mas reconheço em verdade que o gozo supremo reside em adquirir jornais reais e revistas que tais, de folhas de papel e tudo como convém e sabe bem. Isto vem muito a propósito de uma conversa com uma amiga que me ditava a morte anunciada da imprensa escrita no seu formato tradicional, quando lhe revelei a intenção de vir a criar uma edição em formato impresso de magazine criativa, cultural e informativa. Sou conservador expliquei e tenho como presente a função e a projecção do elemento de comunicação escrita como algo historicamente impresso (vénia ancestral a Gutenberg) e guardável como objecto de culto e por vezes de fetichismo também. Acontece-me com os livros e outras publicações óbvias. Posto isto, por muita invenção virtual para os escritos que se faça agora e futuramente, não deixarei de ter presente o meu onanismo filosófico e o dos meus congéneres intelectualmente compatíveis, nesta saga do desmoronamento de formas de exprimir o pensamento e da decadência do conteúdo de pensar aviltado por comunicações menores. O mundo mudou explicam-me. Eu não mudo, avanço.

Este post publicado anteriormente no facebook será paradoxal face a esta edição online. Coisas da vida e dos seus pormenores pindéricos impossibilitando a edição em papel. No entanto este percalço não invalida nem retira nada a tudo o que atrás disse.  Projectei e anseio a saída para a rua, rua real com gente em espírito de festa e de lua sorrindo no topo, de um magazine de maior abrangência que o SULturas. Talvez até o pasquim passe a ser um filhote canguru dentro deste. Por agora restou-me esta evidência computorizada para que não me engasgasse em estertor de incontinência mental. E a expressão é cada vez mais correcta em universo de obstipados culturais ou flatulentos institucionais.

Num formato de blog como este, serão publicadas as páginas que constituem a coisa. Dia a dia, uma ou mais, e como tal ficarão em ordem inversa cronologicamente. Amanhem-se se fazem o favor pois continuo a gostar de vós queridos leitores. Uma revolução sempre se fez com persistência, irreverência, pujança, confiança, vinho e amor. Bem hajam.

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