SULturas II
Pasquim regional de incontinência
mental
(renascido e ainda com periodicidade
imprevista)
Este pasquim
foi escrito ao abrigo da insurreição contra a paspalhice dos criadores da
cacaborrada do acordo ortográfico.
EDITORIAL
Há uma forte componente intelectualmente masturbatória no
acto de ler. E isso implicará sempre manusear e manejar o objecto lido.
Confesso que nos dias de hoje recorro à informação disponível à borla na net para
saber as voltas que o mundo dá, quando até me disponho a pensar no mundo – essa
coisa estranha e distante e gigante, mas reconheço em verdade que o gozo
supremo reside em adquirir jornais reais e revistas que tais, de folhas de
papel e tudo como convém e sabe bem. Isto vem muito a propósito de uma conversa
com uma amiga que me ditava a morte anunciada da imprensa escrita no seu
formato tradicional, quando lhe revelei a intenção de vir a criar uma edição em
formato impresso de magazine criativa, cultural e informativa. Sou conservador
expliquei e tenho como presente a função e a projecção do elemento de
comunicação escrita como algo historicamente impresso (vénia ancestral a
Gutenberg) e guardável como objecto de culto e por vezes de fetichismo também.
Acontece-me com os livros e outras publicações óbvias. Posto isto, por muita
invenção virtual para os escritos que se faça agora e futuramente, não deixarei
de ter presente o meu onanismo filosófico e o dos meus congéneres
intelectualmente compatíveis, nesta saga do desmoronamento de formas de
exprimir o pensamento e da decadência do conteúdo de pensar aviltado por
comunicações menores. O mundo mudou explicam-me. Eu não mudo, avanço.
Este post publicado anteriormente no facebook será paradoxal
face a esta edição online. Coisas da vida e dos seus pormenores pindéricos
impossibilitando a edição em papel. No entanto este percalço não invalida nem
retira nada a tudo o que atrás disse. Projectei
e anseio a saída para a rua, rua real com gente em espírito de festa e de lua
sorrindo no topo, de um magazine de maior abrangência que o SULturas. Talvez
até o pasquim passe a ser um filhote canguru dentro deste. Por agora restou-me
esta evidência computorizada para que não me engasgasse em estertor de
incontinência mental. E a expressão é cada vez mais correcta em universo de
obstipados culturais ou flatulentos institucionais.
Num formato de blog como este, serão publicadas as páginas
que constituem a coisa. Dia a dia, uma ou mais, e como tal ficarão em ordem
inversa cronologicamente. Amanhem-se se fazem o favor pois continuo a gostar de
vós queridos leitores. Uma revolução sempre se fez com persistência,
irreverência, pujança, confiança, vinho e amor. Bem hajam.
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