sexta-feira, 1 de agosto de 2014

SOLTAS, FRESCAS E DIVERSAS


Estes são os tempos em que há que ter pena dos ricos. Coitados. Incautos sofrem e impotentes desmoronam-se. Quanto aos pobres já não há que lhes dar especial atenção ou nutrir qualquer sentimento de compaixão. Desde sempre que estiveram constantemente na merda. Não são novidade nem sequer notícia em matéria de conjuntura económica.


É óbvio que os deuses se riam de nós. Tanto para fazer quando se tem esse tanto para dar e uma vidinha apenas para isso tudo.


Homens os pensantes. Mulheres as amoráveis. Velhos os tolerantes. Crianças as suportáveis.


Portugal está modernamente em reunião. Telefona-se para qualquer lado tentando contactar urgentemente alguém e esse mesmo alguém está sempre em reunião. Como somos basicamente todos umas sumidades intelectuais, imensos pensadores livres e detentores de oralidade profícua, imagino a rentabilidade de todas essas reuniões. Ninguém decide verdadeiramente, ninguém executa consequentemente, mas todos se reúnem constantemente.


Não existem grandes verdades.
Há sim pequenas verdades que requerem cuidados diários, para que se mantenham e floresçam.


Não haja enganos. Tudo é brusco no acontecer de novo. E um filho-da-puta vale tanto como um génio nesses domínios. Retire-se a moral. Retirem-se os bons costumes. Coisas que atrapalham também devem ser arredadas. Uma investida é meramente uma investida. E o universo humano encanta-se com esse dealbar porque é questão de sangue a borbulhar e vida a acontecer. Notícia fresca. Progressão súbita. Espanto geral. Pois. Mas fica o valor da acção. Ficam as lições para o futuro mundo melhor. Fica o mérito para um lado e o opróbrio para o outro. Não haja enganos também aí.

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